Um saltinho ao Algarve, fez-me criar uma certa intimidade com esta BMW F800R.
Não foi por muito tempo. Apenas dois dias e pouco mais de setecentos quilómetros. Mas mal me sentei nela achei-a muito ergonómica e confortável. A qualidade de construção é notoriamente germânica e os acabamentos são de muito bom nível. Mal arranquei encontrei-a leve, muito equilibrada, com uma resposta muito rápida, bastante segura e com uma travagem muito eficaz. A ciclística inspira confiança, tornando-se muito fácil de conduzir.
O motor ruge a plenos pulmões, proporcionando uma aceleração muito competente que, acompanhada pelo som da ponteira Akrapovik, consegue gerar elevados níveis de adrenalina. É bastante "cheio", não sendo necessário utilizar frequentemente a caixa de velocidades. Mesmo a baixa velocidade ou com passageiro. E em altas tem sempre lá qualquer coisa mais para "espremer" subindo de rotação alegremente até fazer com que a luz do limitador de rotação acenda, mesmo em sexta velocidade (!).
O seu desempenho em viagem apenas fica comprometido pela escassa proteção aerodinâmica, mas ainda assim, em ritmo de passeio é bastante confortável.
É esguia, pelo que também encara a cidade com elevada competência e leva-nos a qualquer lado num instante, mesmo que o alcatrão esteja repleto de “latas engarrafadas”.
Os maus pisos tampouco são problema. A suspensão é bastante firme mas suave e tem um desempenho acima da média, permitindo encarar com grande à-vontade os pisos mais degradados. E ainda consegue encantar o condutor e o passageiro com o seu assento muito, mas mesmo muito, confortável.
Ao levar-me ao Algarve, conseguiu compensar impecavelmente o atraso involuntário da minha partida e ganhar-me quase uma hora ao tempo que tinha previsto demorar. Apesar do ritmo elevado, só necessitei de abastecer uma vez. Na Mimosa. E para fazer os primeiros 170km de viagem gastou 10 litros de gasolina – uma média inferior a 6 litros - o que é muito razoável tendo em conta o andamento a que tinha sido submetida. A passagem pela serra, entre Santana e S. Marcos foi realmente divertida, tendo-se destacado a capacidade de resposta do bicilíndrico que está sem dúvida num nível muito superior ao das versões anteriores que já tinha tido oportunidade de experimentar.
Quando cheguei a Faro apenas se queixavam os braços e os ombros, não pela falta de ergonomia - que encontrei perfeita - mas sim pela falta de proteção aerodinâmica que me obrigou a ir, durante pouco mais de duas horas, agarrado com “unhas e dentes” ao guiador, com medo que ela se me escapasse! E mesmo no final de um dia bastante longo, a sensação de conforto que a F800R proporciona, não se tinha ainda esgotado.
Para resumir: é um “brinquedo” exclusivo, muito divertido, rápido, seguro e polivalente, de linhas carismáticas que não envergonha de forma nenhuma os pergaminhos da marca.
1 comentário:
Gostei do seu relato . pretendo comprar uma e usar em viagens., talvez eu mande fazer uma bolha para melhorar aerodinâmica em velocidade de 140 ..
obrigado..
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