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terça-feira, dezembro 02, 2014

Honda Dream Type-D



A primeira moto construída pela Honda tinha o nome de código D-Type e chamava-se Dream (sonho). Um nome que, para o fundador da marca, Soichiro Honda, representava um verdadeiro sonho e a concretização do objetivo de se tornar um verdadeiro construtor de motos. Antes do modelo D, já a Honda construía bicicletas motorizadas, o famoso modelo A, mas foi este modelo D que abriu as portas a um futuro radioso.

Tal como os demais fabricantes, o senhor Honda percebeu a necessidade do mercado do pós segunda grande guerra em termos de mobilidade básica, e aproveitou os primeiros passos do desenvolvimento económico para avançar com o seu empreendedorismo.

Os primeiros modelos saíram para o mercado em finais de 1949. Em 1950 foram produzidas 876 unidades. Nesse mesmo ano a produção total japonesa foi de 3.439 unidades. Mas o génio do "velho senhor" conseguiu que no ano seguinte a sua fábrica aumentasse a produção para 700 unidades por mês.

No entanto, não foi por acaso que a Dream se tornou um verdadeiro sucesso. Ela foi a primeira moto japonesa a ter um quadro construído em chapa de aço prensada, com um resultado muito mais leve e barato do que as produções até então existentes, construídas em tudo de aço. Esse processo resultou da dificuldade de naquele tempo o Japão conseguir tubo de aço de boa qualidade, e também da necessidade de manter a produção controlada para garantir uma qualidade final consistente, com uma muito menor necessidade de efetuar soldaduras.

Também estava nos planos de Soichiro que a D-Type fosse fácil de conduzir. Para conseguir esse propósito a Dream estava equipada com uma caixa de duas velocidades que dispensava a manipulação de embraiagem, sem dúvida o elemento mais difícil de controlar para um principiante. Por isso, para arrancar, bastava pressionar para baixo o pedal accionado pelo pé esquerdo.

Mantendo o pedal pressionado, a embraiagem cónica fazia arrancar a Dream automaticamente, sem que os menos hábeis corressem o risco de deixar o motor "ir abaixo". Largando o pedal, a velocidade era imediatamente desengatada. Para engrenar a segunda velocidade, bastava puxar o pedal para cima (até se podia executar a operação com o calcanhar, já que o pedal era duplo) e então já nem era necessário manter a pressão no mesmo.

O sistema tinha a desvantagem de, em subidas acentuadas em que a segunda velocidade não tinha força para manter o andamento, e onde era necessário ir em primeira, ser necessário ir a pressionar o pedal. Mas, na maior parte dos casos, os 3 cavalos debitados pelo pequeno monocilíndrico a dois tempos com 98cc. e refrigerado por ar, eram mais do que suficientes.

Como não tinha a necessidade de acionamento da embraiagem, a manete do lado esquerdo era destinada ao travão. Do lado direito havia uma pequena manete destinada a accionar o descompressor que era usado para facilitar o arranque, feito por pedal, ou para parar o motor. Apesar de a suspensão traseira ser inexistente, compensava o facto com as molas do assento, com os escassos 97 quilos de peso e o depósito de combustível com capacidade para sete litros, além da enorme facilidade de condução.
 
Mas o génio do senhor Honda não acabava aqui! Numa época em que as motos eram praticamente todas pintadas de preto, a Dream ostentava uma brilhante tonalidade avermelhada que se destacava no meio da trânsito. Tudo isto, juntamente com a qualidade de acabamentos e o nome apelativo, tornou a Dream num verdadeiro sucesso de vendas que catapultou a marca para a fama.



A Dream era produzida numa verdadeira linha de produção, num tapete rolante que se movia com a força da gravidade por estar instalado num declive. Em 1956, esta linha de produção foi apresentada num estudo da revista de ciência de Asahi, onde mencionava o desempenho dos 150 funcionários e o mérito de uma fábrica que produzia os seus motores e que tinha desenvolvido técnicas de fundição de um nível superior ao que se podia encontrar na Europa.





fontes:

http://world.honda.com/history/limitlessdreams/dtype/index.html








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